O artigo da egressa do PPG CiPharma Débora F. Silva, recém publicado no periódico Pharmaceutics (2021), fator de impacto 6.321, aborda, de maneira original, o reposicionamento do tamoxifeno, um fármaco amplamente usado no tratamento do câncer de mama humano, para o tratamento oral da leishmaniose visceral (LV). No artigo, foi descrito o desenvolvimento de uma formulação de nanocápsulas poliméricas, bem como sua caracterização detalhada no aspecto físico-químico e as avaliações in vitro e in vivo. A eficácia se mostrou excelente em comparação com o tratamento parenteral clássico baseado nos derivados do antimônio que possuem sérias limitações relativas aos efeitos colaterais, sua duração e adesão dos pacientes. O ponto alto deste trabalho é a eficácia da formulação determinada em dois modelos animais (camundongos e hamsters) nos quais foi comprovada a redução significativa da carga parasitária no fígado e no baço, a rápida recuperação do aspecto normal do parênquima tecidual desses órgãos afetados pelo parasito e a demonstração da acumulação seletiva das nanocápsulas nesses dois órgãos 30 minutos após administração oral. A estratégia de encapsulação do tamoxifeno é original e se mostrou eficaz e atraente para disponibilizar um futuro tratamento oral, ainda inexistente no Brasil para LV. Consideramos que é uma contribuição importante na quimioterapia experimental da leishmaniose e pode ter impacto na saúde pública brasileira. O trabalho foi orientado pela Profa. Simone Rezende e coorientado pela profa. Vanessa Mosqueira, ambas orientadoras do PPG CiPharma e contou com a colaboração de vários pesquisadores da UFOP. Para maiores detalhes acesse o artigo completo aqui.